sexta-feira, 27 de maio de 2016

A PGR no ensino público


Mal vai a educação quando o estado precisa de recorrer à procuradoria geral da república para impôr as suas políticas.
Não há volta a dar, não é só nas escolas particulares que se encontram os interesses privados ligados ao ensino.
Os interesses privados ligados ao ensino também se encontram na Parque Escolar, por exemplo que nada tem a ver com as escolas particulares.
A escola pública não pode de maneira nenhuma reduzir-se aos estabelecimentos que são utilizados pelo ministério da educação.
A escola pública incorpora igualmente todos os estabelecimentos onde é ministrado o ensino obrigatório.
A partir do momento em que o estado entregou o imobiliário escolar à iniciativa privada, os estabelecimentos estatais são tão privados como os particulares, e os estabelecimentos particulares são tão públicos como os estatais.
O estado está tão presente nos estabelecimentos particulares, como a iniciativa privada está presente nos estabelecimentos públicos.
Nesta promiscuidade entre interesses públicos e privados, que atravessa toda a escola onde se ministra o ensino obrigatório, apenas subsiste uma diferença entre as escolas públicas e privadas.
Os pais dos alunos da escolaridade obrigatória pagam todos por igual os estabelecimentos públicos, enquanto os estabelecimentos particulares são pagos apenas pelos pais desses estabelecimentos.
A procuradoria pronunciou-se sobre um conflito entre o estado e alguns interesses privados, mas não se pronunciou sobre a questão fundamental que é a desigualdade entre os utentes da escola pública que são representados pelos pais como coadjuvantes do estado no financiamento da mesma.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O meu primeiro Sway

A Microsoft oferece uma maneira de publicar notas soltas que são partilhadas por uma simples ligação.
Aproveitei esta opção para publicar uma biblioteca virtual que chegou pelo correio electrónico.
Também tenho esta biblioteca no Meo.

domingo, 17 de abril de 2016

Ligações úteis

Os alimentos mais alcalinos.
Um calendário-termómetro perpétuo.
Páginas para pesquisa académica. Temas científicos.

sábado, 16 de abril de 2016

Os nossos Alemães.

Os berlokalhos eskerdalhos enganaram-se no pais.
Os alemães é que têm três géneros, o masculino, o feminino e o nem tanto.
Não se conformam com a língua portuguesa, têm bom remédio.
Estudem, trabalhem e aprendam o Alemão.
E aproveitem, esqueçam o Português de uma vez.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Vários outros plurais ainda mais singulares

Até à data, parece que as primeiras formas puliticamente kurretas foram introduzidas no tempo do Fernando Pessoa, e consistiam simplesmente em assumir a liberdade de formar o plural de palavras que perdem o sentido, precisamente por força da sua própria natureza.
Liberdade, por exemplo é uma delas porque uma pessoa ou é livre ou não é, não se pode dizer que sou livre se me for impedida a liberdade política ou religiosa. Logo pode haver várias formas de liberdade, mas isso não significa que existem várias liberdades.
O próprio Fernando Pessoa fala de outros termos imprópriamente "pluralizados", como fé e crença, além da liberdade.
Este artigo foi suscitado a partir daqui.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Puliticamente kurreto.

O puliticamente kurreto é o novo ramo da gramática que consiste em inventar palavras, à custa da composição de palavras com adição de prefixos e/ou sufixos ou importação de estrangeirismos com o objectivo de banir e/ou ilegalizar os termos próprios da linguagem que são considerados ofensivos ou impróprios para utilização nos meios catedráticos (leia-se do poder).
A expressão puliticamente kurreto significa exactamente que se encontra correcta para efeitos e nos meios do poder, embora ortográficamente se encontre profundamente incorrecta.
A figura de estilo mais largamente utilizada no âmbito do puliticamente kurreto é uma figura que também é exlusiva deste ramo da gramática, uma vez que nem sequer figura nos manuais e pode ser definida como o antónimo do pleonasmo.
Se o pleonasmo é uma sobreposição de termos que significam uma e a mesma coisa, e que também é usada e até abusada no puliticamente kurreto, como por exemplo em heterossexual, o antónimo do pleonasmo não existe na gramática corrente mas é a principal figura de estilo na construção (leia-se invenção) dos termos puliticamente kurretos. Esse antónimo tem tanta importância no puliticamente kurreto que merece um nome, que será a contradição ou construção de um termo contendo uma palavra e o seu contrário, como para usar o mesmo exemplo será o homossexual.
A contradição não existe na gramática convencional porque se considera absurda a operação de juntar na mesma palavra um termo e o seu contrário, mas como o puliticamente kurreto é precisamente o reino do absurdo, não pode de maneira nenhuma prescindir desta figura de estilo.
Não se pode esquecer que a construção de figuras de estilo, ou seja a introdução de novos termos, por mais absurdos que sejam é uma necessidade do puliticamente kurreto como do pão para a boca.
É por isso que o puliticamente kurreto é apresentado como um enriquecimento da linguagem, com a introdução de novas regras gramaticais que são viabilizadas pela imposição do chamado acordo ortográfico.
Este artigo será actualizado com a criação de um vocabulário que há-de conter os termos que se consideram pertencentes a este novo ramo da gramática.
É claro que para isso estou a contar com a colaboração dos estimados leitores, mas cada um poderá sempre fazer a sua própria compilação dos termos que considera puliticamente kurretos.
Tenho aqui um texto sobre as origens do pulitikamente kurreto. Pelos vistos não sou o primeiro a interessar-se sobre o assunto.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ginofobias 2

Eu também não conhecia a palavra ginofobia, se não fosse a necessidade de procurar um termo diferente de homossexual.
Recuso-me a usar essa invenção puliticamente kurreta, na medida em que consiste na combinação de um termo com o seu contrário. Também o termo gay, o único que é tolerado pela comunidade utente é impróprio para um texto em Português na medida em que revela a aceitação da insuficiência linguística e da utilização de estrangeirismos.
Se nas figuras gramaticais existe o pleonasmo, é uma pena não existir um antónimo dessa figura de estilo. Tantas figuras de estilo que obrigam os estudantes a decorar, quando a figura de estilo mais explorada e abusada de todas, na construção de todo o vocabulário puliticamente kurreto é pura e simplesmente omissa na gramática. E como omissa que é, já agora posso também inventá-la e chamar-lhe a contradição, no sentido de antónimo do pleonasmo.
Portanto se o pleonasmo consiste na sobreposição de dois termos com o mesmo significado, a contradição consiste na sobreposição de dois termos com significados contrários.
Passando então ao que interessa, podemos dizer que o termo heterossexual é um pleonasmo. Efectivamente, se o termo sexual se refere à cultura da diferença, neste caso das diferenças morfológicas entre os géneros masculino e feminino, não se percebe o que é que está a fazer o prefixo hetero aplicado ao sexual.
Pode-se dizer que está a reforçar o termo sexual, mas na realidade o que está mesmo é a abrir a porta ao outro prefixo, neste caso o homo. Desde abrir a porta até à procura da substituição (leia-se eliminação) de todos os outros termos, considerados pejorativos pela nova criação puliticamente kurreta, aí temos a nova criação homossexual.
Num golpe de mágica, está criado o caminho para atirar para a mais negra clandestinidade os termos como maricas, invertido, panasca, paneleiro e tantos outros que passam a constituir razão suficiente para aplicar a censura a todo e qualquer texto que inclua essas formas.
E como é que se pode enfrentar o fascismo de género, a não ser utilizando os mesmos métodos?
É nesse contexto que aparece a importância da forma Ginofobia, que consiste assim em ligar o termo gino, que significa mulher com o sufixo fobia para obter um termo que não é uma contradição como homossexual e também não é um termo considerado pejorativo porque não pertence à linguagem vulgar.
Poderíamos procurar um outro termo para a parte feminina, mas felizmente aí encontram-se consagrados termos que são reclamados pelas próprias minorias interessadas, dispensando-nos de incursões aventureiras no domínio da gramática.
Assim, para o correspondente feminino da ginofobia podemos utilizar o lesbianismo.